Apesar de mais de 50% da população brasileira, segundo dados do IBGE, ser composta por mulheres, a maioria dos cargos de liderança nas empresas ainda são de homens. Porém esse quadro aos poucos está mudando. A revista Forbes relacionou em uma publicação as 100 mulheres mais influentes no mundo. Mulheres líderes estão fazendo a diferença pela forma como conduzem a gestão; e isso tem chamado a atenção de grandes empresas.
A lista vai desde a chanceler alemã, Angela Merkel à jovem Greta Thunberg, ativista ambiental que ainda é uma adolescente, mas tem grande consciência do que diz e poder de influência com a nova geração. A reportagem do G1 que traz a notícia, apresenta ainda nomes como o da CEO da General Motors, Mary Barra, Oprah Winfrey, a Rainha da Inglaterra, Elizabeth II, entre outras. Mulheres de todos os cantos e frentes de trabalho estão conectadas, por isso aparecem ainda Rihanna, Beyoncé e Taylor Swift.
Em trinta anos serão quase 10 bilhões de pessoas no mundo. A ascensão das mulheres líderes talvez seja uma saída para pensar em alternativas para lidar com tanta gente de maneira mais humana e estratégica. Ainda que a passos lentos, o número de mulheres liderando equipes, instituições e departamento de órgãos, governamentais ou não, tem crescido. Na área de marketing esse número tem sido bem expressivo.
Executivas, líderes políticas e chefes de departamento de marketing de grandes empresas estão mostrando que a questão de gênero estão impactando em algumas situações.
Um estudo da DDI e da The Conference Board publicado na revista Forbes apresentou dados que afirmam que 20% das empresas com melhor desempenho financeiro são lideradas por mulheres. Na mesma publicação, um estudo de Harvard também aponta a liderança das mulheres com diferenciais significativos.
Para este conteúdo a equipe da Santa Fé/FALOMI conversou com algumas profissionais líderes de departamentos de marketing. “No meu caso, como profissional de Relações Públicas e Coordenadora de Marketing da Boa Safra Sementes, busco constantemente ter uma percepção mais humana em relação as necessidades de um público; sejam eles colaboradores, clientes e/ou parceiros”, comentou Mariana Paim.
Certamente uma liderança mais humana influencia nos números de uma organização. A representatividade das mulheres à frente de equipes de marketing nas empresas tem crescido significativamente.
Diante do debate de equidade de gênero, que ganha cada vez mais espaço na sociedade e na mídia, Mariana considerou que “ainda há um longo caminho a ser percorrido para que haja equidade de gênero; mais especificamente nos cargos de liderança nas organizações. Não acho que há um equilíbrio em sua maioria. Por outro lado, vejo uma percepção de alguns gestores em manter mulheres qualificadas para cargos importantes na empresa, como é o meu caso aqui na Boa Safra Sementes.”
Falando ainda em equidade de gênero, Flávia Prata, gerente de marketing das unidades Anglo da zona oeste de SP destacou como desafio “não ter os mesmos comportamentos masculinos, que muitos homens possuem no ambiente de trabalho: como falar alto para mostrar autoridade, argumentar algo ou mostrar arrogância.” Afinal, o machismo, o autoritarismo, o preconceito e tantos outros comportamentos reprováveis, independe de gênero, não é mesmo? Fica aí a dica da Flávia pra geral!!!
Desafios das mulheres líderes de equipe
O machismo ainda permeia entre as dificuldades que as mulheres enfrentam na vida de modo geral; e no campo profissional não é diferente. “Ainda enfrentamos um machismo velado, aonde a mulher é muitas vezes cortejada desnecessariamente e em muitos casos precisa utilizar mais firmemente sua postura para conseguir respeito e credibilidade”; comentou Caroline Abreu, Gerente de Marketing da Veccon Loteamentos.
Outra dificuldade é quanto ao rótulo de ser o sexo frágil. “A mulher ainda é “vista” como o sexo frágil. Mas, aos poucos o mercado está percebendo o quanto as mulheres líderes são mais articuladas; com uma visão do negócio mais apurada e algumas, mais cautelosas, tornam muitas decisões mais assertivas que a de homens com perfis mais agressivos e as vezes até truculento. A mulher tem a ponderação, a escuta e o entendimento de buscar solução para a situação, deixando o ego mais de lado que os homens. Neste viés vejo a liderança feminina mais centrada, com um diálogo mais aberto focado na busca por resultado”, comentou a coordenadora de Marketing da Hotelaria Brasil, Samantha Ribeiro.
Annelise Barbier, Customer Success na agência Santa Fé/FALOMI contou que começou a trabalhar muito nova, com 14 anos. Sobre algumas dificuldades que enfrentou, resumiu uma realidade comum entre as mulheres, dada as devidas proporções de privilégios… Em comum, o desafio de trabalhar e ser mãe. “Estudei, me formei, busquei opções para continuar estudando e tive ótimas oportunidades de crescimento dentro da empresa que entrei como estagiária. Um tempo depois recebi o convite para ser coordenadora de marketing em outra empresa. Me tornei mãe e precisei fazer uma pausa na carreira. Hoje me considero privilegiada por ter encontrado um ponto de equilíbrio entre a maternidade, a família e a carreira. Estou muito feliz por ter chegado até aqui.”
O diferencial do olhar humano das Mulheres líderes
É quase unânime que a mulher tem um olhar mais humano enquanto líder. Muitas vezes confundem essa característica, como já foi citado, como um rótulo de sexo frágil ou maternal. Muito bem colocado pela gerente de marketing, Flávia Prata, “As pessoas entendem que ter uma líder mulher é ter uma mãe. Isso, na verdade, não se aplica. Somos mulheres, nos importamos com o outro, mas no ambiente de trabalho, precisamos performar; do contrário, nem a minha posição e nem a de minha equipe se justifica. Acredito que um desafio grande é mostrar que me preocupo com cada um dos profissionais de minha equipe, com suas potencialidades e particularidades, mas que, a performance é fundamental.”
Uma de nossas entrevistadas, coordenadora de marketing de uma multinacional do setor alimentício, optou por não se identificar; porém, deu uma valiosa contribuição quanto ao desafio de “praticar a inteligência emocional para tomar decisões, equilibrando o lado mais, digamos, humano, e o lado que precisa buscar resultados diariamente.”
A união faz a força
“Se você tiver poder de decisão entre a contratação de duas pessoas, com as mesmas qualificações e habilidades, o gênero é fator determinante na sua decisão? Para este conteúdo entrevistamos 6 mulheres em cargo de liderança. Apenas 2 responderam sim para esta pergunta.
Uma delas considerou que “Dar oportunidade para uma mulher qualificada em um mercado de trabalho cada vez mais concorrido e competitivo é necessário para que haja essa real equidade; pois ainda hoje a maioria dos cargos e lideranças são de homens e isso precisa mudar!”
Nossa outra entrevistada afirmou que iria “avaliar muito bem outras variáveis, como: disponibilidade, entusiasmo em fazer parte do time, identificação com a cultura da empresa; e ainda potencial de crescimento dentro da equipe, entre outros para fazer a melhor escolha independente do gênero. Mas, ficarei imensamente feliz se ao fim desta análise, puder ajudar nas estatísticas e contratar uma mulher!“
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